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A nostalgia que inspira



Sábado, dia 28 de maio de 2011, o dia em que a competência e a efetividade se transformaram em espetáculo pelos pés de homens iluminados pelos deuses do futebol. Não se refez, se desfez e deixou um vazio impreenchível.
Naquele dia, enfrentamos o temido Manchester United de Alex Ferguson e Wayne Rooney, Diabos conquistadores em busca da glória em sólo pátrio. Mas, ao invés do triunfo vermelho, o que se viu foi uma perfeita harmonia entre o azul e o grená; um espetáculo que o lendário Wembley jamais esquecerá. Cada toque na bola de Andrés Iniesta causava um enorme freesound nas arquibancadas do histórico estádio inglês, uma qualidade que muitos dos presentes jamais haviam visto até então. A lucidez inconfundível de Xavi, o maestro de uma orquestra perfeitamente afinada. A saída de bola precisa de Busquets, uma falta de erros que confundia qualquer adversário. Messi, o que dizer dele? Reza a lenda que Rio Ferdinand passou a considerar a aposentaria após aquele jogo. Pedrito, Vila, Mascherano, Dani Alves... Se pudesse voltar no tempo, o dia 28 de maio de 2011 seria um destino certo.
Aquela partida terminou com 63% de posse de bola em favor do Barça, e com impressionantes 19 arremates certos do time blaugrana, contra apenas 1 dos anfitriões coadjuvantes. Um domínio jamais visto em uma final na 'era' moderna do campeonato mais importante do planeta. O Manchester United se apequenou frente a um time que mudou a história do jogo. O placar final apontara 3 a 1 para os catalães, o que nem de longe refletia o que foi aquele encontro. Na verdade, o resultado se mostrou simbólico se comparado aos números gerais; uma disparidade real e concreta.
Bom, a inspiração precisa vir daí. É verdade que hoje somos reféns de um presente que não faz jus a esse passado recente, transformando em frustração o que um dia foi plena satisfação. Descuidamos do que era importante, e La masía deixou de produzir talentos como antigamente. Os mais de 300 milhões de euros gastos na últimas janelas, se convertem em mais de 150 milhões em dívidas paras as próximas gestões. Tenho a impressão de trabalharmos contra todo o sucesso conquistado na última década, um força conjunta para "estragar tudo". A mentalidade de quem comanda, diga-se de passagem, também não passa sequer perto da mente revolucionária que conduziu o maior clube do mundo aos dias de glória máxima poucos anos atrás. Claro, tudo passa, como muito do que passou pode voltar um dia. É preciso dar o primeiro passo.
A liga dos campeões tem sido a pedra no caminho nas últimas temporadas, e a partir da próxima semana, o FC Barcelona tem mais uma chance de mudar esse panorama. Não temos a força daqueles homens que fizeram história em Londres 2011, mas temos a mesma camisa que eles carregaram. Confio no peso, enquanto espero lampejos do que um dia já fomos.
Palavra do dia: saudade.

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