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Comemoramos muito, mas não ganhamos nada




Tivemos sim muito o que comemorar nessa última semana. Tocamos as nuvens, foi simplesmente fantástico. A vitória sobre o Real Madrid na Copa da Rei, eliminando o maior rival após um sonoro 3 a 0 em pleno o terreno inimigo. Depois, praticamente tiramos os blancos da corrida pela La Liga com mais um triunfo no Santiago Bernabéu e 12 pontos de vantagem na busca pela 26ª taça nacional. E para fechar com chave de ouro, o Ajax atropelou nossos grandes rivais chutando-os da Champions League após três temporadas seguidas de desespero culé. Sim, satisfação atrás de satisfação, sentimos o prazer de uma sensação inenarrável. Se pudéssemos pintar uma sequência perfeita há uma semana, a desenharíamos exatamente assim. Agora, é respirar e seguir em frente.

O caminho até os objetivos finais ainda é longo. Rivais competentes, competições disputadas e um tabu de três temporadas precisando ser quebrado na competição europeia. O Barça se vê com a faca e o queijo na mão, e precisa ser fatal. A Liga é, na teoria, o objetivo mais acessível, pois com 7 pontos à frente do segundo colocado (Atlético de Madrid) e tendo a vantagem de enfrentá-los dentro do Camp Nou nas próximas rodadas, depende apenas do time não tropeçar contra adversários mais fáceis. A Copa do Rei se decidirá em 1 jogo, e tudo pode acontecer. O Valência tem um bom time, já provou isso. Enquanto vencemos o Real Madrid em três dos quatro confrontos na temporada, do Valência o máximo que conseguimos tirar foram dois empates em dois encontros. Partidas difíceis e muito estudadas. A Champions é o grande desafio, não podemos fugir dessa realidade. Precisaremos de máxima seriedade e atenção. O time de Ernesto Valverde terá que pensar jogo a jogo, fase a fase, sem se desesperar. A eliminação surpreendente do Madrid ajuda, é uma pressão a menos, pois na Espanha os comparativos entre os dois são intensos. O Lyon traz um nível de dificuldade bastante parecido com o do Ajax: time jovem, bem arrumado e com ideias de jogo ousadas. É ingenuidade pensar que os franceses irão ao Camp Nou para se fechar e esperar o Barça; eles querem vencer e sabem que podem. Esse confronto mostrará muito do que o Barça pode ser capaz de fazer. Passando bem, comprova sua força na briga pelo hexa. 



O que fica claro é que essa briga tem que ser em busca das nossas conquistas,  e não dos fracassos dos rivais. Essa semana não valerá de nada se o Barça não fizer a parte dele. Ano passado contra a Roma, retrasado contra a Juve e em 2016 contra o Atlético de Madrid, a Champions ficou pelo caminho de uma maneira dura para nós torcedores. Em todas, nos sentíamos muito seguros, muito certos de que tudo daria certo. Não deu, e tivemos que suportar zoação, tripudiação e a dor de assistir nossos mais árduos rivais triunfando ao final de tudo. Tem que valer a pena, precisa se justificar. 

Os títulos estão vivos, os três, e cabe ao time blaugrana concretizá-los. Vencer o Real Madrid de todos os jeitos possíveis em uma só temporada é muito bom, é algo que devemos comemorar muito sim. Mas, não ganhamos nada, nada que fique escrito na história, nada que possamos guardar na sala de troféus. A eliminação dos merengues na Champions chega após um tricampeonato difícil de engolir, não quero morrer na praia e ter que comemorar mais um doblete nacional com a sensação de que faltou alguma coisa. 

Aos barcelonistas de verdade, eu recordo: não podemos nos limitar em festejar as derrotas alheias, mas sim, cobrar as nossas próprias vitórias. 





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